" Eu te odeio, mas te amo."
Contava no calendário e achava que cada dia, seria seu último. Seis meses, 180 dias, 4.320hs sem ele. A garota já não fazia ideia de quantas peças de vidro já tinha arremessado contra a parede do seu apartamento em pensar em como ele tinha sido canalha com ela. E todas as noites, aquela cena horripilante se passava como flash back em sua frente toda vez que ela ia se deitar, como se jogasse na cara dela tudo o que ela cuspiu pela boca sem pensar e poderia ter feito melhor. Sim, ela guardava ódio mortal dele. Traição não foi um motivo pequeno para o fim de um namoro de dois anos, tão conservado.
Essa noite não estava sendo muito diferente das anteriores sem ele. Um vinho pro seco, um cigarro pendurado de qualquer jeito entre seus dedos e uma música deprimente de Elton Jhon no seu home theater. Esse vicio era noturno, apenas noturno. Ele que tinha te ensinado a fumar quando estavam juntos e faziam as loucuras mais idiotas que conseguiam.
E aquela poltrona estampada de folhas de jornal, na qual ele tinha lhe dado de presente quando completara um ano de emprego na Times Square de jornalista, você se jogava nele toda vez que chegava do trabalho e começava a remoer lembranças de um ano atrás. Aqueles dias de frio em Londres, quando eles saiam juntos com os amigos dele de banda e se divertiam feito crianças.
Ele dizia pra família Malik que (s/n) era a mulher da sua vida, que cerimônia vinha em breve e muitas crianças também. Ele era o cara romântico que fazia juras de amor depois de uma transa, que lhe trazia flores em dia chuva, que preparava o jantar quando a via pra baixo e trocava uma balada na Pub com os amigos pra ficar em casa com ela vendo Crepúsculo lua nova. Por mais que ele achasse repugnante, mas era por ela! Ele dava seu jeito pra colocar um sorriso no rosto dela. Era capaz de virar o mundo de ponta a cabeça pra satisfazê-la e não ter de escutar no final que não soube dar valor.
Mas não adiantou, Malik. Ela jogou isso na sua cara naquele noite de três de julho e você não teve de reclamar. Fez as vontades dela, tratou-a como uma princesa pra no final, receber uma bofetada no lado esquerdo do rosto e as roupas jogadas ao vento pela janela. Ela foi rude e seca, sem lhe dar chances de explicação, mas podia ver o arrependimento estampado em seu rosto. Podia ver a vontade que ela sentia de parar tudo e sair arrancando sua roupa feito uma louca e arrastá-lo pro canto mais escuro do seu quarto. Mas se manteve forte como uma leoa.
Eles acharam que nunca mais se veriam, depois de tanta briga, gritos em vão e tapas descontrolados. Harry, o melhor amigo dele, tentava ajudar nas melhores intenções possíveis, mas eles eram orgulhosos demais um com outro e não lhes davam uma segunda chance. Os meses se passaram e a história ficou por ficar. E pra piorar a situação do ex-casal, ele aparecia em público com a amante descoberta naquela noite. Perrie Edwards.
A imprensa cismava em remoer essa história toda vez que tinha oportunidade com o moreno sensual, mas ele negava um suposto romance e dizia que era bons amigos. Rum, amigos que se beijam nus na minha cama de casal? - (s/n) pensava sarcástica toda vez que o escutava dizer essas coisas.
Mas enfim! A semana passou voando e no fim de semana, (s/n) recebeu um convite para fazer uma matéria com uma boyband britânica e sentiu o coração quase parar ao notar de que banda se tratava. One direction. Ela amava os quatros meninos, eram amigos de longa data e sempre que estavam livres, combinavam de se encontrar em baladas londrinas. Mas claro, tudo com o Zayn fora de cogitação. Os meninos diziam que ele estava deprimido, arrependido do que tinha feito, mas ela preferia não acreditar. Amigo quando quer ajudar inventa de tudo.
(S/N) tentou recusar o convite da agência, mas depois foi tomar consciência de quanto aquela matéria poderia lhe ajudar financeiramente. Seria muito bem paga pra ter dez minutos de papo com os melhores amigos e o "Judas". Era assim que ela se referia ao moreno atraente depois da traição.
E se bem que, fazia tempo que ela não conseguia uns convites desses e final de mês sempre fica apertado naquele apartamento. É conta de luz, gás, condomínio e ainda tem as malditas despesas inúteis com vinhos e cigarros. Realmente ela tinha que ir nessa entrevista ou estaria despejada mês que vem.
O dia chegou e (s/n) formulava mil maneiras de cumprimentar Zayn, sem dar a ele uma impressão de insegurança ou desejo. - Tais coisas que ela sentia neste exato momento só em pensar neste nome. - Tinha medo de vê-lo alegre demais ou depressivo demais. Sentiria-se mais traída se o visse muito sorridente e muito culpada se o visse cabisbaixo. Mulheres são tão complicadas...
Os cinco meninos já estavam sentados no sofá onde haviam colocado para a entrevista. (S/N) já estava com a câmera profissional pendurada no pescoço e o bloco de notas em mão, que estavam bem trêmulas só pra constar. Ela não sabia se colocava uma mecha de cabelo atrás da orelha ou o prendia todo em rabo de cavalo pra não ter de ficar passando a mão nos fios o tempo todo, dando sinal de nervosismo. E ele sabe muito bem quando ela fica nervosa. Eles se conhecem em cada detalhe perfeitamente.
- (S/N)! - Harry diz surpreso assim que você aparece.
- Oi cachinhos, que saudade! - você ri e o abraça apertado matando a saudade.
- Prontos pra entrevista? - ela corre seu olhar pelos meninos e finalmente o vê. Ela quase perde o ar e podia jurar que ficou uns seis segundos encarando aqueles olhos brilhantes castanhos voltados pra ela. Ele parecia feliz, mas o motivo parecia ser ela. Por um momento, os dois esqueceram tudo que havia acontecido durante esses meses dolorosos. Ambos queriam sorrir e sair dizendo tudo aquilo que ficou engasgado na garganta. Queriam confessar que sentiram falta dos beijos e brigas. Sim, aqueles dois viviam mais brigando que se amando, mas gostavam disso. No final, tudo acabava em uma cama.
A entrevista começou e (s/n) não fazia perguntas individuais pra não ter de encarar Zayn. Só perguntava sobre a banda em conjunto e achava que assim estava bom. Que se dane o que o redator iria achar da entrevista. Ela não cumpriu seu dever? Então pronto! No final, ela só quer suas pratinhas na mão pra sobreviver.
Passaram-se seis minutos de entrevista e Zayn continuava na dele. Ela o via mordiscar os lábios ao olhar pra ela de cima a baixo e devia estar pensando em alguma forma de chamar sua atenção. Ele não é do tipo que joga na lata em público, mas pode ser muito perigoso entre quatro paredes. Faz o estilo charmoso misterioso que derrete corações onde passa.
Para alívio de (s/n), a entrevista estava chegando ao fim. A última pergunta era sobre o status de relacionamento dos meninos. Ela não pensou outra coisa a não ser "E se ele disser que está namorando Perrie?" Mas essa pergunta, era a pergunta de ouro para a agência. Isso, ela não podia pular de jeito nenhum. Era a pergunta que ia dar toque final á matéria e talvez uma manchete escandalosa pra uma capa de revista. "Zayn Malik em relacionamento sério com ex-amante".
E a reputação de (/s/n) vai pro espaço!
- Algum de vocês está namorando? - ela perguntou já temendo certa resposta. Ela sabia do relacionamento dos meninos, mas como aquilo dali estava sendo gravado para a formar a matéria, tinha que ser profissional e esquecer o lado pessoal com os rapazes.
- Eu, Louis e... - Liam parou para olhar pro Zayn e saber o que ele ia responder.
- E...? - a menina pergunta impaciente. Louca pra saber o que Zayn iria responder. Se agora seria o momento em que ele partiria de vez seu coração e junto sua persperctiva de reatar o namoro.
- Por que estão olhando pra mim? - Zayn pergunta irritado com o olhar desconfiado dos amigos.
- É que nós não sabemos se você está... éér... - Liam se embolava com as palavras.
- Namorando? - ele cospe as palavras de um jeito insignificante e (s/n) engole em seco. - Não tenho mais tempo pra essas bobeiras. - ele completa e o coração dela se quebra. Nunca pensou que Zayn ficasse tão frio depois do término.
- Então eu acho que é isso rapazes. Obrigada pela entrevista! - (s/n) termina a entrevista e desliga o gravador. Põe a mão no lado esquerdo do peito disfarçadamente e sente o coração descompassado ali dentro. Parecia uma bateria de escola de samba. Tudo o que ela queria, era ir pra casa e mergulhar nas suas taças de vinho pró seco desfrutando o som de Elton Jhon pra recordar a primeira vez que se beijaram. (S/N) estava mais depressiva que imaginava.
Os meninos ficaram ali pelo estúdio conversando com algumas pessoas da agência que tinha vindo com (s/n) e ela foi para o banheiro lavar o rosto pra despertar desse mundo encantando que só reluz em seus olhos. Ela estava tão mal, que era capaz de se matar ali mesmo com um caco de vidro que vira jogado no chão. Mas não ia fazer isso porque Zayn já não merecia nem uma lágrima dela. Aliás, já não merecera desde o dia em quem colocara Perrie Edwards em sua cama. Cama onde eles construíam o amor e se protegiam nas noites de frio.
- Sabia que você estaria aqui. - aquela voz familiar e suave ecoou nos quatro cantos do banheiro. Suas mãos tremeram, mas conseguiram chegar até torneira pra fechar a água. Levantou o rosto e se deparou com a imagem de Zayn refletida no espelho, estava poucos passos atrás dela. O ar lhe faltou, mas ela tentava recuperar com calma, pra tentar dizer todos o desaforos que esqueceu de lhe dizer naquela noite.
- Se sabia por quê veio? - ela perguntou fria enquanto secava o rosto com sua toalha de mão que carregava na bolsa.
- P-pra te ver... - ele responde meio gago. Ela ri sarcástica e guarda a toalha na bolsa novamente. Começa a retocar o rímel, ignorando a presença de Zayn ali. Apesar de que ali fosse um banheiro feminino.
- Homens são tão idiotas. - ela murmura pra si mesmo enquanto passa o rímel com todo cuidado em frente ao espelho.
- Idiota por você. - ele toma coragem e anda até ela colando seus corpos. Estica o braço para apoiar na pia, que se encosta ao dela fazendo-a arrepiar até o último fio de cabelo.
Suas mãos congelam e o rímel que estavam preso entre seus dedos, cai e bate na pia do banheiro. Ele afunda seu rosto no pescoço dela, que fraqueja e coloca sua mão pra trás segurando na nuca dele.
Os dois estavam perplexos com a atitude um do outro. Ela não queria que ele parasse, estava sentindo muita falta dele. Dos toques, da voz, do perfume maravilhoso...
- Eu ainda te amo - ele sussurra ao pé do ouvido e as pernas da menina bambeiam, mas ela apóia suas mãos na pia como Zayn tinha feito e percebe seus braços tão próximos um do outro. - Você ainda me ama? - ele pergunta num tom sexy, deixando a menina fora de si. Pronta pra revelar o que não devia.
- Eu.... Te amo. - ela resolve se entregar e o rapaz deixa seu sorriso safado escapar. Ela o vê pelo espalho e deixa por fazer o mesmo.
Os dois já sabiam o que iria acontecer a partir dali. Iam se entregar de corpo e alma, com toda voracidade assim que estivesse num ambiente mais calmo e á sós, como sempre fizeram quando brigavam intensamente. E que épocas boas! Ela se lembrava muito bem de todas as vezes que se desculparam no final. Como não esquecer?
Horas depois de irem pro apartamento dela, que agora era dele novamente, e fazerem as "pazes", ela começa a matutar na cabeça o que seria dos dois a partir de agora. E Perrie? Eles ainda estavam juntos, isso tudo foi só uma brincadeira? - apertou o lençol nas mãos - E aquele " Eu ainda te amo", foi verdade?
- Tá tudo bem? - ele pergunta ao perceber que a menina está confusa em seu peito, fitando o teto.
- Não. Nunca está tudo bem entre a gente. - ela fala como se já estivesse cansada de tudo isso e ele a olha confuso.
- Mas a gente não voltou?
- Voltamos, mas daqui três meses você vai colocar outra cadela nessa cama e vamos começar aquilo tudo de novo.
- Eu não faria isso novamente. Me arrependo de ter trocado uma noite por uma vida. A gente briga, se bate, quebra quase a mobília inteira de raiva, mas a gente se ama. Não tem jeito! - e ela ri. Ele não aguenta a risada dela e ri junto.
- Então somos loucos? - ela pergunta prendendo uma risada.
- Não. Somos dois apaixonados transbordando de amor. - e completa dando um beijo no topo da cabeça dela, fazendo-a sorrir.
- Promete que nunca mais vai me deixar? - ela pergunta com a voz embargada lembrando de tudo que passou nos últimos seis meses sem ele.
- Eu prometo que jamais serei um canalha com você, mas só se você me disser que casa comigo. - o coração da menina vai nas alturas e volta. Era isso mesmo que ele tinha dito? O maior galinha dessa Londres estava querendo CASAR com (S/N completo)?
- O que você disse, Zayn? - ela pergunta pra se certificar de que ele não esteja delirando.
- Eu vou tentar ser mais claro. - ele se levanta, veste sua boxer e procura algo no bolso da sua jaqueta jogada na cadeira giratória do quarto. (S/N) não acredita no que vê. Uma daquelas caixinhas de veludo vermelha nas mãos de Zayn.
Ela se senta na cama com as mãos nervosas bagunçando o cabelo e deixa um sorriso de felicidade sair enquanto morde os lábios ansiosa. Ela sempre soube que Zayn era o cara certo pra ela. Era galinha, mas era o amor da sua vida e assim que era pra ser. Não importasse como, quando e onde... Ele seria dela! E ela esperou muito por esse dia.
Ele se aproxima com o seu sorriso tímido no canto dos lábios e se ajoelha de frente a cama. A menina ri e desce pra ficar de joelhos em sua frente, entrelaçando seus dedos ao dele. Os dois se olham apaixonados. Ele com a caixinha numa mão e a outra trêmula por segurar seu mundo nas mãos. Ela!
- (S/N completo), estou aqui só de boxer e cabelo despenteado parecendo um mendigo, mas um mendigo feliz... - ela ri - pra dizer que eu fui o maior canalha de todos os tempos e admito. Sim, eu admito! Vi minha princesa ir embora por uma bobagem ridícula que fiz e só Deus sabe o quanto eu rezei pra esse momento chegar.
- Zayn... - ela diz toda derretida enquanto sorri.
- E te vi ficar triste ao dizer que eu não tinha mas tempo a perder com namoros. E realmente não tenho mais tempo. Isso é pra quem tem medo de viver e com você eu aprendi a ter coragem de ser feliz. E é por isso, meu amor, que fico de joelhos agora pra te perguntar: Casa comigo?
Espero que tenham gostado.
Foi um imagine bem diferente de alguns.
Ai, que medo. rs
Malikisses, Biia.
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