Pov’s (S/N)
- S/N, levanta ou vai se atrasar – Minha mãe gritou.
Bufei e abri os olhos, não estava com a mínima vontade de ir
para a escola. Levantei e fui ao banheiro, lavei meu rosto com água fria e fiz
minha higiene pessoal. Quando sai, fui em direção ao meu guarda roupa e vesti
uma calça jeans escura e uma camiseta grande com escritos, calcei meu all star,
peguei minha mochila e desci.
- Vai tomar café filha? – Perguntou minha mãe.
- Não mãe se não chego atrasada e você sabe o quanto odeio
chegar depois que dá o sinal – Respondi.
- Mas você tem que se alimentar se sentir fome durante a
aula vai se distrair e passar mal – Repreendeu.
- Mãe eu não quero e também não estou com fome, não se
preocupe. Tchau – Dei um beijo na testa dela e sai.
Minha casa não era tão longe da onde estudo, mas sempre
chego em cima da hora. Afinal, eu sempre pegava carona com o meu melhor amigo,
Niall, ou pelo menos acho que ele ainda é meu amigo.Conhecemos-nos desde
pequenos, éramos “grudados”, sempre juntos, mas isso mudou assim que entramos
no ensino médio, quando chegaram os alunos novos e entre eles, quatro garotos
que hoje são os melhores amigos dele, Harry, Liam, Louis e Zayn. Ele meio que
me deixou de lado pra ficar com esses garotos, mas eu não tenho nada contra
eles, a vida é dele, ele faz o que ele quiser e esses meninos são gente boa. São tão feliz, de bem com a vida, alegres...
Interrompi meus pensamentos quando cheguei ao portão da
escola, entrei e segui para o pátio onde ficava a maioria dos alunos antes de
bater o sinal. Lá encontrei minha melhor amiga, Alice.
- E ai gorda – Esse era mais um dos apelidos “carinhosos”
que ela me dava, mas eu não ficava por fora.
- E ai mula – Respondi e nós rimos.
- Chegando em cima da hora como sempre – Falou.
- Eu não tenho culpa – Respondi.
- Sim, se acostumou com as caronas que Niall te dava, agora
não está mais na moleza, vai ficar mais magra do que já é.
Eu ri junto dela, mas era verdade.
O sinal bateu, e todos os alunos foram para suas devidas
salas. Sentei na minha classe que se encontrava ao lado da classe de Alice. Fui
pegando meus materiais para a aula de matemática quando Niall entrou dando
altas risadas com os meninos. Eu baixei a cabeça, não queria encara-lo, pra mim
não é uma tarefa fácil desviar do olhar dele, sou apaixonada por eles desde da ( lê-se "desda" ) oitava
série, mas sempre escondi esse sentimento. Afinal, ele nunca olharia pra mim
como uma namorada.
Senti o aroma dele quando ele passou do meu lado e sentou em
sua classe que não ficava tão longe do lugar em que eu estava. Logo o professor
entrou e começou dar aula, mas eu não conseguia prestar muita atenção, estava
distante em meus pensamentos.
- (S/N) – Me chamavam repetidamente, me irritei e não pensei
na hora.
- O que é?
- Além de não estar prestando atenção na minha aula me
responde deste jeito. Agora pra sala da diretoria.
Droga. Levantei e meu estomago revirou e uma forte dor de
cabeça começou... Fome. Minha mãe sempre tinha razão, mas isso nunca aconteceu,
talvez por eu não ter jantado na noite anterior. Parei de repente e todos me
fitaram curiosos e depois só escutei meu nome e não vi mais nada.
Acordei e olhei para os lados, estava na enfermaria. Sentei
na pequena cama que tinha e vi minha mãe do lado de fora falando com a mulher
que cuidava dos alunos que passavam mal ou que estavam machucados. Quando eu
chegasse em casa minha mãe iria abrir a boca para me xingar, tenho certeza
disso.
Depois de um tempo a moça me liberou e eu fui pra casa.
Chegando lá eu me joguei no sofá e aguardei o sermão.
- Eu te avisei, mas você nunca me escuta – Elevou a voz –
Vou fazer um chá e uma torrada – Disse e depois saiu.
Eu não esperava por isso, mas ainda bem que ela não gritou
comigo. Senti uma vibração no bolso da minha calça, era meu celular. Peguei e
vi que tinha duas chamadas não atendidas, estranhei, era desconhecido, mas
retornei a ligação.
Chamou, chamou, chamou e quando eu ia desligar a pessoa
atendeu.
- (S/N).
Eu congelei e meu coração disparou.
- O-oi Niall.
- Quanto tempo, eu só
liguei pra saber se você está bem.
- Estou bem, eu
tenho que desligar, tchau.
Não esperei ele falar, eu não queria. Depois de anos sem
falar comigo ou olhar na minha cara, ele me liga só pra saber se estou bem.
Tenho certeza que depois disso nunca mais olharia na minha cara. Tenho que
esquecê-lo, já que ele fez questão de fazer o mesmo comigo. Respirei fundo e
fui para o meu quarto, e fiquei lá pensando, até que minha mãe me interrompe
para me trazer comida.
- Se alimente e amanhã vou te acordar mais cedo, ai você não
se atrasa – Falou.
- Tudo bem – Suspirei desanimada.
- Algo de errado minha flor? – Perguntou.
- Não é nada, só estou um pouco cansada – Menti.
- Então descanse, vou voltar pro trabalho, qualquer coisa me
ligue, tudo bem?
- Pode deixar. Bom trabalho mãe – Ela beijou minha testa e
saiu.
Lanchei e passei o resto da manhã deitada, não almocei, só
fiquei trancada dentro do meu quarto, pensando. O resto do meu dia se resumiu
em dormir.
Era exatamente oito horas da noite quando Alice me ligou.
- Gorda – Gritou – Já
está melhor?
- Se você pergunta pela minha saúde – Ri – Estou bem, mas
Niall me ligou hoje, depois de anos – Falei.
- E ai o que ele
falou? – Perguntou animada.
- Perguntou se eu estava bem – Respondi e continuei – E eu
desliguei na cara dele.
- Como assim? Ficou
maluca, era a sua chance de dizer certas coisas para aquele loiro – Falou
demonstrando indignação em sua voz.
- Olha eu falei com ele, eu disse que estava melhor e pronto
– Respondi – Ele acha que depois de anos sem falar comigo e olhar na minha cara,
eu vou conversar normalmente com ele? – Desabafei – Ele está errado, eu não vou
correr atrás, cansei disso.
- Entendo... Mas olha
eu posso falar com ele se você pre.... – A interrompi.
- Não, se eu não vou correr atrás você também não vai. Pra
mim chega – Respondi com raiva.
- Tudo bem, tudo bem –
Repetiu – Eu tenho que desligar, minha mãe quer que eu arrume a mesa. E não
fica assim, tudo vai se resolver – Tentou me tranquilizar – Beijos, te amo sua
gorda, boa noite.
- Também mula, sonhe comigo – Brinquei – Beijos – Desliguei.
Não desci para jantar, por mais que eu estivesse com fome.
Tomei um banho quente e vesti meu pijama, deitei e adormeci.
Na manha seguinte minha mãe me acordou e fez um café forte
para mim acordar e uma torrada. Acordei era uma seis e meia, então eu não tinha
pressa em tomar banho e me vestir, fiz tudo com calma e quando olhei para o
relógio eram sete e quinze, decidi ir para escola, assim não chegaria em cima
da hora e nem atrasada.
Chegando lá encontrei Alice no mesmo lugar de sempre,
ficamos conversando até que o sinal bateu e fomos para a nossa sala. Três
períodos insuportáveis de aulas, mas eu aguentei afinal eu não estava com sono.
Milagre.
O sinal bateu para o recreio e nós fomos para a cantina para
comprar um lanche, mas tinha uma fila enorme como sempre e eu queria ir ao
banheiro, então pedi para Alice comprar uma barra de cereal e um suco de
laranja pra mim e depois disso fui correndo pro banheiro. Ao chegar lá dei de
cara com Jennifer, que estava bloqueando a entrada do banheiro.
- Ora, ora, vê se não é a EX – enfatizou – melhor amiguinha
do Niall.
Ignorei.
- Querida, não finja que não liga para o que eu digo, porque
eu sei que você se importa – Debochou.
- Qual é o seu problema? – Perguntei – É necessário fazer
birra pra você sair da minha frente?
Ela simplesmente ignorou o que eu falei e disse:
- Tenho pena de você, seu amiguinho não fala mais com você
é? Soube que ele te ligou ontem, eu estava do lado dele – Riu – Será que ele
enjoou de ficar contigo? Ou será que sua aparência o afastou? Sim, porque usar
roupas enormes e ser uma tábua é feio.
Eu não queria ligar para as ofensas, mas isso me machucou,
senti meus olhos marejados e baixei a cabeça.
- Parece que eu tenho razão – Me empurrou e eu cai no chão.
Ela riu e foi saltitando para o pátio.
Comecei a chorar, mas de raiva, essa garota sempre me
humilhou, mas eu nunca derramei uma gota por causa disso, porque eu sempre
tinha o Niall para me acolher. Levantei ainda de cabeça baixa e adentrei no
banheiro.
Depois de lavar meu rosto eu sai, mas de cabeça baixa, não
queria encarar ninguém e também não queria dar satisfações do porque estar
chorando. Sai de meus pensamentos quando senti algo me impedindo de continuar
caminhando e quase fui de encontro ao chão, mas senti duas mãos me segurando.
- (S/N) – Sussurrou.
O encarei e senti mais raiva ainda.
- Me solta – Gritei.
- Me desculpe (S/N) me desculpe – Repetiu – Por tudo.
O olhei confusa.
- Eu escutei tudo e refleti muito – Falou – Me desculpa por
tudo, desculpe te fazer pensar que esqueci de você, desculpe por estar
distante, por não ter mantido contato contigo, por não ter olhado ou conversado
com você. Me desculpe, sei que fui um idiota, quero sua amizade de volta, quero
que tudo volte a ser como antes, me perdoa?
Chorei mais ainda e o abracei.
- Seu idiota – Sussurrei – Você é uma idiota e sempre será
meu idiota, eu te perdoo, mas prometa pra mim que isso nunca se repetirá?
- Eu prometo – Segurou minhas mãos – Mas tem uma coisa que
eu não te disse – Me fitou com os orbes azuis.
- O que?
- Esqueci de dizer que te amo e que sinto muito sua falta,
você é a melhor pessoa do mundo, melhor amiga e seria minha “melhor namorada”?
Arregalei os olhos e comecei a chorar novamente, mas eram
lágrimas de felicidade.
- É claro que aceito ser sua namorada, eu te amo – Falei –
Desde da ( lê-se "desda" ) oitava série – Sussurrei.
Ele sorriu e me olhou com aquela cara fofa que eu senti
tantas saudades.
- Eu já suspeitava disso – Eu bati de leve no ombro dele e
sorri – Aprendi a dar valor às pessoas que me amam e especialmente a pessoa que
eu amo e que a partir de hoje será minha “melhor namorada”.
Dito isso ele me beijou. A melhor sensação do mundo, sentir
sua boca na minha... Envolvi meus braços ao redor de seu pescoço e ele pôs suas
mãos em minha cintura e aprofundamos o beijo. Nossas línguas travavam uma
guerra e eu apenas o deixei “explorar”. Fomos interrompidos por uma certa pessoa, a
mula, que dava mini pulinhos e batia palmas.
- Aleluia, agora não preciso mais escutar essa gorda falando
sobre o quanto sentia saudades do seu melhor amigo – Falou e eu corei.
- Eu também senti sua falta – Sussurrou em meu ouvido.
- Estou vendo que vou ficar de vela, vou descendo, encontro
vocês lá – Saiu.
Eu sorri e senti seu olhar sobre mim, corei mais uma vez e
me permiti olhar em seus olhos.
- Você é perfeita, e não é uma tábua, eu te amo do jeito que
você é. Sexy, linda, tem um corpo de dar inveja e a melhor namorada do mundo.
Eu sorri e beijei sua face várias vezes até que ele segurou
meu rosto e me beijou mais uma vez.
Own *-*
ResponderExcluirchoreii
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